O ator, diretor e dramaturgo Luiz Paulo Vasconcellos, em seu Dicionário de Teatro, utiliza uma frase do personagem Frazão, de O Mambembe, para descrever o substantivo que dá nome à peça de Artur Azevedo, a escolhida para a conclusão do Curso de Formação de Atores da Casa de Teatro.
"Mambembe é uma companhia nômade, errante, vagabunda, organizada com todos os elementos de que um empresário pobre possa lançar mão num momento dado, e que vai, de cidade em cidade, de vila em vila, de povoação em povoação, dando espetáculos aqui e ali, onde encontre um teatro ou onde possa improvisá-lo."
Sob os olhos atentos dos orientadores, os formandos prepararam (e seguem aprimorando) números de dança, canções e produção impecáveis para recriar O Mambembe, num hiato que transporta todos os espectadores para o ano de 1904. Mesclando a burleta com o melodrama, em cenários que fundem casa, bar, cidades e até um trem, a releitura busca o jogo entre atores e plateia, quebrando, já em seu início, a métrica, além de buscar a triangulação durante todo o tempo de espetáculo. Aproveitando esse clima, alguns atores interpretam o mesmo personagem, intercalando suas cenas, fazendo uso do trabalho conjunto e de figurino para manter a referência para a plateia.
Inseridas nesse ambiente de experimentação, estão algumas referências e homenagens, que circulam entre Ariane Mnouchkine (diretora do Theatre Du Soleil) e Eva Sopher (diretora do Teatro São Pedro). O Mambembe estará em cartaz no Museu do Trabalho todas as terças, quartas e quintas, entre os dias 10 e 26 de janeiro.
Os ingressos antecipados (na Casa de Teatro de Porto Alegre) custam R$ 15,00; no local, R$ 20,00 (R$15,00 para Clube do Assinante ZH).
No vídeo abaixo, acompanhe um pouco da experimentação com lenços utilizada durante os ensaios focados em expressão corporal.
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